
Papel higiênico: Por que você não deve usar?
Por que não usar papel higiênico? “Papel higiênico? Melhor repensar!” alerta Dra. Clarisse Casali, Proctologista do Rio de Janeiro
Durante muito tempo, o papel higiênico foi visto como sinônimo de higiene pessoal. Mas será que ele realmente cumpre essa função? Em uma conversa franca com a equipe da R6, a Dra. Clarisse Casali — renomada proctologista carioca, com consultórios em Ipanema e Barra da Tijuca — nos explicou por que devemos repensar o uso desse item tão presente na vida dos brasileiros.
R6: Doutora Clarisse, por que o papel higiênico pode ser prejudicial à saúde?
Dra. Clarisse Casali: A grande questão é que o papel higiênico não limpa de forma eficaz. Eu costumo fazer uma analogia simples com meus pacientes: se você pisa em fezes na rua, você se contentaria em apenas passar um papel no pé? Provavelmente não. Você lavaria com água. O mesmo raciocínio vale para a região anal — uma das áreas mais sensíveis do nosso corpo. O papel apenas espalha os resíduos e deixa impurezas que podem gerar mau cheiro, irritações e até infecções.
R6: Além da falta de limpeza, o papel pode causar outros problemas?
Dra. Clarisse Casali: Com certeza. O atrito constante do papel higiênico, especialmente quando usado em excesso, pode causar microtraumas na pele anal. Isso pode parecer inofensivo, mas esses pequenos traumas favorecem o aparecimento ou agravamento de doenças como fissuras, hemorroidas, plicomas e até fístulas. É um ciclo silencioso que muitos desconhecem.
R6: E quem já tem algum problema proctológico? O uso do papel agrava esses quadros?
Dra. Clarisse Casali: Sem dúvida. Pacientes que já sofrem com hemorroidas, fissuras ou outras doenças orificiais sentem ainda mais desconforto com o uso do papel. O atrito intensifica a dor, dificulta a cicatrização e pode tornar o tratamento mais demorado. É muito comum que, na tentativa de se limpar bem, a pessoa esfregue ainda mais, o que só piora a situação.
R6: A senhora mencionou doenças orificiais. Poderia explicar o que são?
Dra. Clarisse Casali: Claro. As doenças orificiais são aquelas que acometem o ânus e região perianal. As mais comuns são:
- Hemorroidas, que são veias dilatadas que causam dor, coceira e sangramentos.
- Fissuras anais, pequenos cortes que doem bastante ao evacuar.
- Fístulas, trajetos anormais entre o canal anal e a pele externa.
- Plicomas, sobras de pele que surgem após inflamações e atrapalham na higiene.
Todas essas condições podem ser agravadas pelo uso constante e inadequado do papel higiênico.
R6: Então, o que seria o ideal para substituir o papel?
Dra. Clarisse Casali: O mais indicado é o uso de água. A duchinha higiênica, por exemplo, é uma alternativa excelente e que está se popularizando no Brasil. Ela limpa de forma completa, evita o atrito e proporciona uma sensação muito mais agradável de frescor e bem-estar. Além disso, é prática, econômica e sustentável.
Outra opção é o bidê, que apesar de antigo, ainda é muito eficiente, especialmente para quem tem mobilidade reduzida. Ele permite o uso de água morna, o que é ótimo em casos de dor ou sensibilidade.
E para quem está fora de casa, os dispositivos portáteis são incríveis. Cabem na bolsa e funcionam como pequenas duchinhas manuais — ideais para manter a higiene mesmo em banheiros públicos.
R6: E os lenços umedecidos? Podem ser uma alternativa segura?
Dra. Clarisse Casali: Eles até podem ser utilizados, mas com muita cautela. Muitos lenços disponíveis no mercado contêm fragrâncias, conservantes e produtos químicos que podem causar alergias, coceiras e irritações na pele anal — que já é naturalmente sensível. Sempre oriento que, se for usar, escolha lenços hipoalergênicos, sem perfume e específicos para higiene íntima. Mesmo assim, eles devem ser usados apenas em situações emergenciais, como quando não há acesso à água. A melhor limpeza ainda é com água corrente, sem dúvidas.
R6: Sabemos que mudar um hábito cultural não é simples. Como alguém pode fazer essa transição do papel para a água?
Dra. Clarisse Casali: É verdade, mudar hábitos exige consciência e adaptação. Mas a saúde deve vir em primeiro lugar. Algumas dicas práticas que sempre dou aos meus pacientes:
- Instalar uma duchinha higiênica no banheiro. Hoje em dia, existem modelos bem acessíveis e fáceis de instalar.
- Levar um dispositivo portátil sempre que for sair ou viajar.
- Evitar lenços com álcool ou fragrâncias fortes, mesmo os que dizem ser “naturais”.
- Conscientizar-se dos benefícios, tanto para a saúde quanto para o meio ambiente.
E claro, conversar com um proctologista de confiança ajuda muito nesse processo. Cada caso é único, e o acompanhamento profissional pode indicar as melhores opções.
R6: Quais os principais benefícios de abandonar o papel higiênico?
Dra. Clarisse Casali: São muitos! O primeiro é a prevenção de doenças anais. A água limpa de forma mais eficaz, sem agressões. Isso reduz o risco de fissuras, hemorroidas e infecções.
Outro benefício é a melhora na sensação de higiene. Muita gente não percebe o quanto o papel deixa resíduos até experimentar a limpeza com água. O conforto é incomparável.
Além disso, o uso de água tem menor impacto ambiental. O papel higiênico exige corte de árvores, uso de produtos químicos e ainda contribui para entupimentos e sobrecarga do sistema de esgoto.
Por fim, há um ganho na qualidade de vida. Sentir-se limpo e sem desconforto depois de evacuar é algo que deveria ser básico para todos.
R6: Para encerrar, o que a senhora diria para quem ainda é totalmente dependente do papel higiênico?
Dra. Clarisse Casali: Eu diria: experimente mudar, nem que seja aos poucos. Não é só uma questão de conforto, mas de saúde. O papel higiênico, apesar de tradicional, não é a melhor opção. Repensar esse hábito é um ato de autocuidado e também de responsabilidade com o meio ambiente. E lembre-se: a sua região anal merece o mesmo cuidado e carinho que qualquer outra parte do seu corpo.
FAQ — Perguntas Frequentes com a Dra. Clarisse Casali
1. Usar papel higiênico é mesmo prejudicial?
Sim. Ele não limpa adequadamente, pode causar microlesões e agravar doenças anais como hemorroidas e fissuras.
2. Qual é a melhor alternativa?
A duchinha higiênica é a mais recomendada. Ela limpa completamente e evita atritos.
3. Posso usar lenços umedecidos no lugar?
Somente os hipoalergênicos e sem perfume, e mesmo assim, ocasionalmente. Água é sempre a melhor opção.
4. É verdade que lavar com água é mais higiênico?
Com certeza. A água remove totalmente os resíduos, sem agredir a pele, garantindo uma higiene eficaz.
5. Duchinha higiênica é difícil de instalar?
Não. Hoje há modelos que se adaptam facilmente a qualquer banheiro e são de instalação simples.
Repense seus hábitos — Um recado final da Dra. Clarisse Casali
É hora de refletir sobre como cuidamos da nossa higiene íntima. O papel higiênico já cumpriu seu papel, mas hoje temos alternativas melhores, mais higiênicas, saudáveis e ecológicas. Cuidar da região anal com carinho e atenção não é frescura, é saúde. Sua qualidade de vida começa no banheiro.
Gostou da entrevista? Compartilhe com seus amigos e familiares. Sua saúde (e a do planeta) agradecem!

👵🏻 Agende agora a sua consulta com a Doutora! 📝
Página de contato 👉 https://clarissecasali.com.br/contato/
☎️Tel: / 📱WhatsApp👉 (21) 99976-5410
Dra. Clarisse Casali é Proctologista do Rio de Janeiro (Sociedade Brasileira de Proctologia), Especialista em Saúde do Intestino. Residência médica em coloproctologia HFCF/Min.Saúde. Especialista em Saúde do Ânus. Pós-graduação pelo Hospital Albert Einstein – SP. Especialista no tratamento de Hemorroidas, Especialista em colposcopia anal – American Society of Cervical Patology⚕️.
Acompanhe seu Blog e o seu Canal do Youtube e fique atualizado com novas informações.