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Gilmar acusa Sergio Moro: “Você e Dallagnol roubavam galinha juntos”, diz Mendes no gabinete do STF


A conversa entre Sergio Moro e Gilmar Mendes, ocorrida na terça-feira (2), no gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e revelada pela jornalista Monica Bergamo, foi uma cena que ilustra vividamente a trajetória do ex-juiz e a reviravolta protagonizada por figuras que outrora foram alvos da Lava Jato.

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Além dos dois, o senador Wellington Fagundes, do PL do Mato Grosso, também participou do encontro a pedido de Moro, devido ao seu bom relacionamento com Gilmar. Durante os cerca de 90 minutos da reunião, Moro falou pouco. Inicialmente, negou qualquer envolvimento em atividades criminosas que justificassem a investigação anunciada pelo corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, sobre supostas irregularidades na 13ª Vara de Curitiba, onde Moro era titular e liderou a Lava Jato.

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Moro também negou ilegalidades na operação e tentou se dissociar de Deltan Dallagnol, afirmando não ter relação com o ex-procurador e ex-deputado. Gilmar, no entanto, interrompeu essa tentativa.

“Você e Dallagnol eram cúmplices. Não negue, Sergio”, disse Gilmar, que preferia chamar Moro simplesmente pelo nome, enquanto era tratado de “ministro” e “senhor” por Moro.

“Eu já sabia de tudo o que a Vaza Jato revelou sobre vocês. Vocês combinavam os detalhes das peças. Não finja que não sabia”, prosseguiu Gilmar, diante de um surpreso Moro.

O senador tentou distanciar Moro de antigos colegas, mencionando até mesmo Marcelo Bretas, outro desafeto de Gilmar. No entanto, o ministro ignorou essas tentativas.

“Uma vez, Sergio, o Paulo Guedes veio ao meu gabinete e se gabou por ter sido ele quem o convidou para ser ministro de Bolsonaro. Eu disse a ele que, ao tirar você de Curitiba, ele deveria colocar isso no currículo. Foi certamente uma das maiores realizações dele como ministro”, zombou Gilmar, enquanto Moro mantinha um sorriso forçado.

Moro afirmou também que nunca atacou o Supremo e discordava dos ataques ao tribunal. Alegou ter rompido com Bolsonaro em 2020 ao perceber que estava sendo usado pelo presidente. No entanto, não mencionou o apoio a Bolsonaro em 2022 e sua participação em debates televisivos contra Lula.

Gilmar aumentou a intensidade do diálogo, ora adotando um tom severo, ora zombando:

“Você perdeu muitas aulas, Sergio. Curitiba não te ajudou em nada. Aproveite que está no Senado e estude um pouco. A biblioteca do Senado é ótima, você deveria frequentá-la”.

Moro não solicitou ajuda para reverter a cassação de seu mandato, que está sendo julgada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, mas pediu para manterem o canal de diálogo aberto. Gilmar concordou. Moro agradeceu ao ministro pela audiência e retornou ao Senado. Na quarta-feira (3), foi do Senado que acompanhou o empate no placar do julgamento de sua cassação no Paraná.

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